Por Dra. Ana Rocha Melhado
O desenvolvimento sustentável deve atender às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento das necessidades de gerações futuras. Este conceito foi publicado em 1987, no Brundtland Report, relatório emitido pela Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (World Commission on Environment and Development) ou Brundtland Commission, criada em 1983, pelas Nações Unidas. O objetivo era definir políticas e estratégias de desenvolvimento sustentável nos âmbitos social, econômico e, sobretudo, ambiental.
Desde então, o mercado da construção civil tem procurado inovar, buscando soluções que contribuam para o aumento da biodiversidade, redução do consumo energético, proporcionando sempre o conforto ao usuário.
Se observarmos das janelas de nossos quartos ou escritórios vamos perceber que as áreas urbanas apresentam uma variedade de coberturas sem tratamento, as quais apresentam tubulações das instalações, coberturas em telhas ou áreas impermeabilizadas: uma área sem tratamento paisagístico, desintegrada do espaço urbano.
As fachadas, muros e coberturas verdes surgem como uma solução, que visa melhorar a qualidade ecológica do meio ambiente, devido ao aumento de área verde. Elas vão proporcionar aos empreendimentos espaços de refúgio, melhoria da isolação térmica e acústica. Além disso, os telhados verdes também são eficientes na absorção da água da chuva e retenção das impurezas do ar urbano, melhorando a qualidade do ar e ajudando a reduzir o efeito de “ilha de calor” – um fenômeno que tem crescido nas cidades, causando fortes chuvas e inundações.
Mas o que é essa tecnologia? Trata-se da aplicação de vegetação sobre uma superfície, com a impermeabilização e drenagem adequadas, como pode ser observado nas ilustrações apresentadas. Existem dois tipos de coberturas verdes: aquelas que podem sustentar arbustos, árvores, passagens e bancos, exigindo uma solução estrutural mais complexa, bem como uma irrigação, drenagem e proteção das raízes; e, aqueles com uma cobertura de solo nativo, que exige pouca manutenção, como por exemplo, as gramas.
Questiona-se muito sobre a manutenção dessas áreas vegetalizadas e a possibilidade de problemas patológicos. O sistema de superfícies vegetalizadas exige uma boa execução, de acordo com as recomendações do projeto e uma manutenção preventiva, a qual consiste a cada seis meses da retirada de plantas invasoras e, a cada 12 meses, uma adubação de reforço. Devem também ser seguidas as orientações de um paisagista, com relação aos cuidados exigidos para cada espécie de planta adotada, sendo as mais recomendadas as plantas suculentas.
Outro ponto a ser discutido é o custo. Comparado ao um telhado convencional, inicialmente pode ser questionada a sua viabilidade econômica; no entanto, se avaliarmos as vantagens do seu uso e o compromisso sócio-ambiental, à médio prazo, o investimento apresenta retorno garantido. Sem falar que à medida que o uso desta tecnologia é difundida, os custos de implantação e manutenção vão sendo reduzidos.
No Syene Corporate, futuro lançamento da Syene, poderão ser vistas esta e outras soluções de sustentabilidade apresentadas neste blog, nas suas próximas edições.
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